Possível cura da AIDS

25/06/2011 10:57

 

Uma possível cura para AIDS



 

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Caro, raro, mas possível. Exatamente 30 anos depois do primeiro registro de existência do vírus da Aids, uma notícia correu no dia 06/06, as agências internacionais, surpreendeu o mundo e encheu de esperança aqueles que convivem diariamente com a desafio de superar os problemas causados pela contaminação.

O americano soropositivo Timothy Ray Brown, após um transplante de medula, foi considerado curado pelos médicos. Conhecido como ´paciente de Berlim`, ele não tem replicação do vírus, não está tomando qualquer medicação e, para os especialistas, não terá mais nenhum problema decorrente do HIV.

Quase morrendo por conta de uma leucemia, Brown foi submetido em 2007, a um transplante de medula óssea usando células de um doador com uma mutação genética rara, conhecida como CCR5 delta 32. Em pesquisas anteriores, já havia sido constatado que pessoas com essa mutação eram mais resistentes à infecção pelo vírus HIV. Apesar de não saberem qual seria a reação do paciente, os médicos optaram pelo transplante.

´Quando começamos o projeto, não sabíamos exatamente o que aconteceria. Hoje, ele não tem replicação do vírus e não está tomando qualquer medicação. E provavelmente não terá mais problemas com HIV`, afirmou Gero Hüetter, oncologista e hematologista da Universidade de Heidelberg, no sul da Alemanha.

Para boa parte dos especialistas, no entanto, apesar de significar um grande avanço nas pesquisas, o procedimento é considerado inaplicável a todos os soropositivos, além de ser muito caro, complexo e arriscado. ´É irrealista pensar que esta abordagem medicamente pesada, extremamente custosa e quase irreproduzível pode ser replicada. Mas pelo menos ela mostra que a cura é possível`, explicou Françoise Barré-Sinoussi, que recebeu Prêmio Nobel pelo trabalho relacionado ao vírus.

Vacina em estudo

Em 30 anos, a Aids já matou mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são 545 mil casos desde o início da epidemia. As Nações Unidas estimam que sete mil novas infecções aconteçam diariamente, sendo mil em crianças. Somente na Bahia, em 2010, foram 800 novos casos da doença. E, apesar de avanços científicos como o caso de Brown aparecerem frequentemente, a vacina contra o vírus continua sendo um desafio para a medicina mundial.

O Centro de Referência e Treinamento em DST-Aids, ligado ao Governo de São Paulo, realiza atualmente o sexto estudo de vacina preventiva contra o HIV conduzido pela Unidade de Pesquisa de Vacinas Anti-HIV para a rede internacional de pesquisa de vacinas HIV Vaccine Trials Network (HVTN), sediada nos Estados Unidos e composta por instituições líderes em pesquisa em 27 cidades de quatro continentes.

Atualmente, 33,3 milhões de pessoas no mundo estão aprendendo a viver com o vírus e 6,6 milhões de pessoas fazem tratamento com antirretrovirais em países pobres e em desenvolvimento. Apesar dos medicamentos melhorarem a vida dos soropositivos, o seu uso está ficando cada vez mais caro.

Em vinte anos, esses países precisarão de US$ 35 bilhões por ano para combater a doença, de acordo com a campanha Aids2031. Por isso, em junho, a Sociedade Internacional de Aids assumirá a meta de encontrar uma alternativa para as formas de prevenção e tratamento que existem hoje.